Há diversas campanhas contra o abuso sexual de crianças e adolescentes pelo Brasil e, embora o dia 18 de maio seja lembrado como o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças, este é um assunto que deveria estar em pauta durante o ano inteiro. Esta é uma situação muito delicada e que merece toda nossa atenção. Segundo um levantamento do Ministério Público Federal, de maio de 2003 até agosto de 2011, foram recebidas 195.932 denúncias advindas de todo o País. Em 2011, de janeiro a agosto, 50.833 denúncias foram registradas. Desse número, 78% são registros de vítimas do sexo feminino.
Primeiramente vamos entender o que identifica um abuso sexual: o que caracteriza o ato é o contato sexual entre um menor de idade, criança ou adolescente, e um adulto ou alguém mais velho e que possa impor mais poder sobre a vítima. Sabendo da relevância desse assunto o blog Dr. Saúde, vinculado à Clínica Homeomed, do Dr. Rafael E. G. Karelisky, abordou mais informações em especial sobre a prevenção desses atos contra nossas crianças e adolescentes.
Orientação
As campanhas desenvolvidas para fomentar a prática da denúncia são voltadas para uma linguagem adaptada ao universo infantil, com apresentações lúdicas e de clara compreensão. A explicação é bastante simples: no mundo, há pessoas boas e as que querem fazer o mal e, se tratando de nosso próprio corpo, não se pode deixar que toquem nas partes íntimas. Para isso, é importante descrever para as crianças que temos um radar que deve servir como parâmetro para avaliar se algo errado acontece em nossa vida. Nossa consciência.
É importante explicar ao seu filho que há diversas formas que toque humano e, quando o carinho é positivo e não há intenções duvidosas, a criança vai se sentir bem e confortável com a situação. Agora quando os toques são ruins, feitos às escondidas, quando pedem silêncio da criança ou fazem ameaças, a consequência é que esse nosso “radar” fica confuso e dá vontade de chorar, é hora de denunciar. O contato tanto com amigos quanto com familiares não deve causar desconforto.
Oriente para que, se alguma situação semelhante ocorrer com a criança, que ela fale. Elas precisam saber desde cedo que existem pessoas mal-intencionadas e que fingem ser boas na frente dos outros, mas que quando estão sozinhas, querem machucar. Para que isso não aconteça, deixe claro que o pequeno deve contar para alguém sobre o que está havendo e que respeitar os adultos não significa obedecer cegamente a todas as ordens solicitadas.
Não fiquem em silêncio
Fale para seu filho que quando permanecemos quietos diante de tal situação, omissos ao que está acontecendo por conta de ameaças ou mesmo troca de presentes em troca do silêncio, o mal cresce e para acabar com isso é importante conversar com um adulto de confiança sobre como você está se sentindo e o que está passando. Essa atitude vale também quando se trata de imagens: explique que se alguém chamar para fazer fotos ou vídeos sem roupa, ou chamar para ver vídeos de pessoas despidas, a resposta deve ser “não”. Nunca aceite nada de estranhos em troca de qualquer pedido.
Comente que quando algum adulto fizer alguma solicitação suspeita, a criança pode ser educada, agradecer, mas sair de perto. Quando ficamos em silêncio, pessoas que fazem esse tipo de mal ficam cada vez mais fortes e vão continuar agindo dessa forma com outras crianças. A explicação deve ser bem simples: para o mal, devemos dizer não! Cabe aos adultos, além de proteger e defender os menores de idade, também orientá-los a fim de superar preconceitos e tabus, de modo a oferecer segurança às crianças e adolescentes, para que elas se sintam à vontade para se envolver de forma coletiva no processo de defesa e garantia de direitos.
Denúncia
Em nosso País há um serviço de denúncia desenvolvido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que é o Disque 100, para esses casos. Esse canal recebe, monitora e encaminha denúncias de violência contra menores de idade. O serviço do Disque 100 funciona de domingo a domingo, das 8 às 22 horas e as denúncias podem ser feitas anonimamente. A discagem é gratuita e direta. Outros telefones importantes para denunciar abusos sexuais são o 190, da Polícia Militar, o 127 que é o canal de contato com o Ministério Público e também pelo aplicativo para smartphones intitulado Proteja Brasil.
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