Hipertensão arterial: a doença silenciosa que atinge 15% da população mundial
Conhecida como uma doença silenciosa, a hipertensão arterial acomete pelo menos 15% da população mundial em fase adulta de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O mais grave é que metade dessas pessoas nem desconfiam que têm a doença. Se não tratada, a qualidade de vida e a saúde do hipertenso senão extremamente comprometidas, pode levar à morte. Mas o que caracteriza essa enfermidade?
Simplificadamente, a hipertensão arterial é o aumento da pressão exercida pelo sangue dentro das artérias. Esta situação é popularmente conhecida como pressão alta e justamente por ser silenciosa é que esta doença preocupa: segundo a OMS, a mortalidade por hipertensão arterial chega a quase 10 milhões de pessoas por ano. Visando alertar e orientar as pessoas sobre os cuidados a respeito dessa doença que o blog Dr. Saúde, por meio de informações do doutor Rafael E. G. Karelisky, da Clínica Homeomed, vai listar as principais características da pressão alta.
Para compreender melhor essa doença, primeiramente é preciso ter ciência que para percorrer os vasos sanguíneos, o sangue tem certa pressão. “Para ser bombeado do coração e chegar ao tecido celular, é necessária pressão, caso contrário o sangue não consegue seguir o seu trajeto até as células. Nesse caso, se for fraca, o sangue não chega corretamente ao destino – conhecemos isso como pressão baixa ou hipotensão arterial. Por outro lado, se a pressão for alta, o sangue chega com uma força maior”, pontua o médico Rafael E. G. Karelisky.
Características
Ao chegar de uma forma muito forte nos demais tecidos, a pessoa pode ter tontura, dor de cabeça e correr o sério risco de ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC), também chamado de derrame. Em 90% dos casos, a causa dessa doença é desconhecida – quando não se sabe a origem, o nome dado é Hipertensão Arterial Essencial ou Primária.
As chamadas Secundárias possuem as causas conhecidas, como doenças renais, estresse, hipertensão induzida por uma gestação, problemas neurológicos, uso de drogas ou outras substâncias que causam o aumento do volume do sangue nos vasos sanguíneos. O uso de anticoncepcionais via oral, intradérmico e cutâneo também podem elevar a pressão arterial.
Não espere o primeiro sintoma
A principal orientação apresentada no blog Dr. Saúde é que as pessoas não esperem um primeiro sintoma se manifestar para então buscar auxílio médico para cuidar da saúde. “É importante lembrar que esta é uma doença silenciosa e geralmente a pessoa não apresenta qualquer sintoma no início da doença. Isso só aparece depois de um tempo. Indico que todas as pessoas devem medir sua pressão arterial pelo menos uma vez a cada seis meses e se já souberem da hipertensão, uma vez por mês”, destaca Karelisky.
Esta é uma doença que envolve homens e mulheres, sem distinção. É mais comum que a hipertensão sem causa conhecida se manifeste após os 40 anos de idade. Quando a doença se apresenta antes disso, em jovens, geralmente tem causa conhecida. Nesse aspecto, o histórico familiar pode influenciar nos dois casos de hipertensão e é uma estatística relevante, que deve influenciar nos cuidados extras para minimizar os impactos.
Identificação e tratamento
A pressão arterial normal de qualquer pessoa deve ser 12 por 8. A atenção deve ser redobrada se persistentemente a pressão arterial ficar acima de 14 por 9. Pessoas obesas devem ter maior cuidado e medir a cada 90 dias – o mesmo vale para pacientes que apresentam outros fatores de risco, como o uso de cigarros, sedentarismo ou histórico familiar.
A hipertensão arterial primária, que é sem causa conhecida, não tem cura, mas é perfeitamente controlável. O que preocupa é a falta de atenção ao tratamento. “Existe uma parcela considerável de pessoas que, embora sabendo que são hipertensas, não seguem adequadamente o tratamento”, afirma o médico Rafael E. G. Karelisky, da Clínica Homeomed.
As consequências da hipertensão arterial são evitáveis, desde que os pacientes tenham conhecimento da própria condição e mantenham o tratamento médico em dia, com o controle regular da pressão. Uma vez sob controle, o hipertenso deve realizar exercícios físicos, em especial os aeróbicos, com regularidade. Entre as atividades, poderão ser feitas caminhadas, bicicleta ou esteira ergométrica, natação e até mesmo cooper. É importante salientar que a vida sedentária é um fator de risco preocupante e deve ser evitada.
Conscientização
É dever de todo médico, em qualquer atendimento independente da área, medir a pressão do paciente. Pelo elevado número de hipertensos no Brasil e no mundo, esta é uma doença que merece a atenção de todos. “Muitas pessoas tomam vacinas para se proteger de doenças. Elas também precisam se prevenir da hipertensão arterial. Quando o médico ou um enfermeiro mede a pressão, é imprescindível que o paciente seja informado do resultado. Esse dado é tão importante quanto o tipo sanguíneo”, ressalta o doutor Rafael E. G. Karelisky.
Classificação da Pressão Arterial
para adultos a partir dos 18 anos
Categoria Sistólica (máxima) Diastólica (mínima)
Ótima < 12,0 < 8,0
Normal < 13,0 < 8,5
Hipertensão
Estágio Sistólica (máxima) Diastólica (mínima)
Estágio 1 de 14,0 a 15,9 9,0 a 9,9
Estágio 2 de 16,0 a 17,9 10,0 a 10,9
Estágio 3 >18,0 > 11,0
Sinais: < = menor, > = maior, > = maior ou igual
Fonte: National Institutes of Health – EUA
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