Você provavelmente se sente muito ligada às suas memórias. Afinal elas são suas, definem quem você é, de onde veio, suas realizações, falhas, medos e tristezas.
Suas memórias ajudam a separar os amigos dos inimigos, lembram que você não deve tomar muito sorvete ou beber tequila barata, pois você se recorda como fui horrível da última vez que fez uma dessas coisas.
Entretanto um estudo desenvolvido por Elizabeth Loftus vai abalar a confiança que você possui em suas memórias. Loftus é uma psicóloga cognitiva e especialista em maleabilidade da memória humana, ela pode, literalmente, mudar a sua ideia.
A pesquisa de Loftus pode parecer roteiro de filmes como “Amnésia” ou “Brilho eterno de uma mente sem lembrança”, no qual o que você acredita pode estar bem longe da realidade.
Elizabeth Loftus é muito conhecida graças ao seu importante trabalho sobre distorção de memória e memórias falsas.
Um dos primeiros experimentos de Loftus publicado em 1974 envolveu acidentes de carro. Em seu laboratório ela reproduziu vídeos de diferentes acidentes e depois perguntou às pessoas o que elas se lembravam de ter visto, as respostas dependeram muito de como ela formulou as perguntas.
Por exemplo, quando ela pergunta o quão rápido os carros estavam quando baterão um no outro as pessoas estimaram, em média, que o carro estava 7 km mais rápido do que quando ela substitui a palavra “bater” por “esmagar”. Uma semana após verem os vídeos aqueles que foram questionados usando a palavra esmagar lembraram-se de terem visto vidros quebrados, mesmo que não houvesse nenhum nos vídeos.
Até uma palavra aparentemente insignificante na frase pode fazer diferença em casos de testemunho ocular descobriu Loftus.
Em 1995 Loftus realizou o estudo chamado “A formação de memórias falsas”, para isso ela recrutou 24 estudantes e seus familiares. Ela pediu para cada membro da família que fornecesse três lembranças reais desses estudantes. Em seguida Elizabeth enviou um envelope com essas lembranças, juntamente com uma falsa memória, a todos os participantes do estudo. As falsas lembranças eram sobre se perder durante um passeio de compras e possuíam detalhes verídicos, como o nome de uma loja que costumavam fazer comprar e os parentes com os quais eles provavelmente estariam. Os estudantes afirmaram que as quatro lembranças eram verdadeiras e que haviam sido fornecidas por parentes.
Após receberem o pacote os estudantes tiveram que identificar cada evento e ainda sinalizar o quanto estavam seguros de que aquilo tinha mesmo acontecido. Dando continuidade ao estudo os pesquisadores pediram para que os voluntários relatassem detalhadamente os eventos que eles recordavam.
Sete dos 24 estudantes se lembraram das falsas memórias que estavam em seus envelopes. Alguns ainda adicionaram detalhes próprios às memórias.
É preciso salientar que a falsa memória não é uma mentira, pois a pessoa acredita que essa lembrança realmente aconteceu. Sendo que muitas das alterações têm relação com o que de fato ocorreu.
O blog Dr. Saúde, um espaço que é vinculado a Clínica Homeomed, do Dr. Rafael E. G. Karelisky, trouxe mais essa matéria interessante sobre como a nossa memória pode nos confundir e criar falsas lembranças, para mais informações acesse: https://goo.gl/AHvBjh
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